Secretário relata estrutura do setor de saúde para enfrentamento de pandemia

por fernanda — publicado 13/05/2020 09h55, última modificação 13/05/2020 09h55
A sessão extraordinária foi proposta pela vereadora Cláudia de Jesus (PT) e Welinton Fonseca (MDB) e presidida pelo vice-presidente da CMJP, Joaquim Teixeira

Proposta pela vereadora Cláudia de Jesus (PT) e o vereador Welinton Fonseca (MDB), foi ouvido em sessão extraordinária, sexta-feira (8), o secretário municipal de Saúde, Rafael Papa, que prestou esclarecimentos das ações desenvolvidas pela pasta no enfrentamento da pandemia de Covid-19 na cidade Ji-Paraná.

Questionado sobre a conclusão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a implantação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), bem como a contratação de pessoal, o secretário Rafael Papa respondeu que não há previsão de conclusão e início das atividades da UPA.

Segundo ele, o prédio que deve abrigar a UPA ainda depende de um repasse do governo federal. Quanto à UTI, ele também afirmou que não tem previsão, pois falta adquirir os equipamentos.

O secretário afirmou que ainda não há qualquer previsão para a contratação de pessoal, haja vista que a UPA deve absorver os servidores do pronto-socorro (PS) do Hospital Municipal (HM), pois quando iniciar atividades na UPA, o HM não terá mais serviço de PS. Os vereadores pediram agilidade na conclusão e ativação da UPA, bem como na instalação das UTI's.

A vereadora Cláudia de Jesus foi incisiva na cobrança do projeto do Hospital Regional que desde janeiro deveria ter sido encaminhado para que os recursos empenhados para início da obra fossem disponibilizados.

Segundo ela, o município de Ji-Paraná corre o risco de perder os recursos devido à morosidade da prefeitura em cumprir com a sua parte. Cláudia de Jesus lembrou que a cidade de Vilhena, em situação igual, há meses, encaminhou o projeto de execução para agilizar o início da unidade hospitalar.

Os vereadores questionaram sobre a estrutura do HM para atendimento a infectados pelo coronavírus. Rafael Papa respondeu que o hospital possui vinte leitos e dois respiradores, bem como um considerável quantitativo de profissionais.

O secretário declarou que foi realizado processo de contratação de 50  profissionais saúde, sendo que10 foram contratados até agora.  Ele afirmou que o município não dispõe de UTI, e, que para esses atendimentos de alta complexidade, o governo estadual disponibiliza 17  leitos no Hospital Regional de Cacoal para toda a macro-região (Jaru a Vilhena).

Papa disse ainda que adquiriu equipamentos de proteção individual (EPI) para os servidores da saúde utilizando recursos oriundos do governo federal, e que não chegou ao município o montante divulgado por parlamentares. O secretário admitiu que os valores serão disponibilizados em parcelas.

Cláudia de Jesus disse que mesmo com a boa vontade do secretário em esclarecer as atividades da Semusa vê com grande preocupação a precária estrutura do HM para atender infectados pelo Covid19, já que sem UTI, com apenas dois respiradores e vinte leitos para um município de cerca de 150 mil habitantes, e, ainda recebendo pacientes de uma região de 16 (dezesseis) municípios, é praticamente impossível oferecer atendimento a contento.

 O vereador Welinton Fonseca alertou que não se deve economizar quando se trata de saúde: "Economia na saúde é morte. Gaste o dinheiro que deve ser gasto para salvar a vida de nossos patrões, que é o povo pagador de nossos salários".

A vereadora cobrou intensificação das atividades da Vigilância Epidemiológica com mais orientações e fiscalização em locais de aglomeração. Ela lembrou que alguns municípios possuem equipes da saúde nas rodoviárias fiscalizando, orientando e fazendo triagem, e, que nenhum passageiro embarca sem máscara ou aferição de temperatura, serviço que Ji-Paraná não tem feito.

Cláudia de Jesus cobrou também um tomógrafo para o HM, pois o existente não está funcionando, e, com esse equipamento poderia examinar as condições pulmonares de um paciente com dificuldades respiratórias antes que se agrave ao ponto de depender de uma UTI. 

Melhores condições de trabalho e proteção aos servidores da saúde também foram cobradas. A parlamentar lembrou que as equipes de vacinação precisam de mais atenção quanto ao uso EPI's, insalubridade e diárias para atividades de campo.

Ela ainda cobrou o serviço de limpeza nas unidades básicas de saúde (UBS) que não têm zeladores contratadas, como as UBSs São Francisco, JK, Primavera, CREAME, Academia de Saúde do CEDEL e Farmácia Básica.

Cobrado sobre os tablets para os Agentes Comunitários de Saúde, o secretário informou que o processo para compra do equipamento está em andamento e que essa tecnologia irá facilitar a vida dos agentes. Outra cobrança dos vereadores foi à intensificação da assistência psicológica aos pacientes infectados pela covid19, pois o HM possui apenas um profissional, que é insuficiente, bem como, foi pedido que se instalasse mais linhas telefônicas no setor de epidemiologia para melhorar a orientação e pedido de socorro por parte das pessoas que procuram o serviço.

Cobrou-se ainda que disponibilizasse um veículo para suporte ao atendimento e monitoramento das pessoas infectadas ou com suspeita de infecção por covid19, que se estão sendo monitoradas em casa ou precisam ser transportadas com segurança.

Texto: Assessoria do gabinete da vereadora Cláudia de Jesus

Foto: Marcos Gomes